22 de outubro de 2011

* Evangelho de Jesus Cristo, segundo São Mateus 22, 34-40.


Naquele tempo, Sabendo os fariseus que Jesus reduzira ao silêncio os saduceus, reuniram-se e um deles, doutor da lei, fez-lhe esta pergunta para pô-lo à prova: Mestre, qual é o maior mandamento da lei?

Respondeu Jesus: Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de todo teu espírito (Dt 6,5). Este é o maior e o primeiro mandamento.

E o segundo, semelhante a este, é: Amarás teu próximo como a ti mesmo (Lv 19,18).

Nesses dois mandamentos se resumem toda a lei e os profetas.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor.


Um coração que não cabe no peito

Há coisas importantes e coisas menos importantes na vida.

Na busca de Deus há elementos fundamentais e aspectos laterais. As páginas do Novo Testamento e a adorável figura de Jesus estão centradas no tema do amor. A Lei e os profetas se resumem no amor a Deus e no bem querer aos irmãos,  principalmente os mais abandonados.

Intelectualmente conhecemos a lição. Outra coisas é movermo-nos nessa atmosfera da caridade que vem de Deus.

O Altíssimo, aquele que lança os seres no espaço, o criador, o artista do universo, aquele que cria o ser humano do nada e o faz um  pouco menor que os anjos, merece o devotamento de nossa existência. Noite e dia, na juventude e no tempo dos cabelos brancos, em todas as estações da existência, esse Altíssimo pede nosso olhar atento, a sinceridade do grito que brota de nosso interior e, de modo especial, esse cuidado de ouvir sua voz, de  captar seus desejos mais profundos. Os buscadores de Deus tentam recolher-se no silêncio e escutar a voz do Senhor, aproximam-se de sua Palavra nas Escrituras e fazem de sorte que sua vida se resuma numa delicada tentativa de fazer sua adorável vontade.

Amar a Deus de todo o coração é fazer, aos poucos, que nosso pensar seja o pensar de Deus e que o hino de nossa existência seja o “fazer a vontade do Senhor” na terra como ela é amoravelmente feita  na glória.

Não existe amor de Deus sem amor do próximo, sem efetivo bem querer por aqueles que estão à nossa volta. Vale a pena colocar em destaque alguns dos gestos concretos de amor sugeridos pela página do livro do Êxodo proclamada na liturgia deste domingo.

Há o cuidado para com o estrangeiro... Israel fora estrangeiro no Egito e, liberto da escravidão, o povo precisaria olhar com atenção esses homens e mulheres sem casa, sem quarto, sem sala de comer... sem nada de próprio. Aliás Deus se esconde no rosto do ambulantes, viandantes e peregrinos.

Há sérias orientações na linha do uso do dinheiro com relação aos outros, sobretudo aos pobres. “Se emprestares dinheiro a alguém do meu povo, a um pobre que vive ao teu lado, não sejas um usurário dele cobrando juros. Se tomares como penhor o manto de teu próximo, deverás devolvê-lo antes do pôr do sol. Pois é a única veste para seu corpo e coberta que tem para dormir”.

O amor ao próximo se  concretiza de muitas maneiras: uma sopa quente para um doente, um dinheiro dado a quem não consegue fechar suas contas,  uma palavra de estímulo a quem perdeu o gosto de viver,  uma presença amiga na hora de luto, um carinho de compreensão a quem disse o que não devia dizer e está arrependido, uma defesa clara de quem é injustiçado.

Os seguidores de Jesus encontram na parábola do Bom Samaritano os elementos essenciais do amor ao próximo: parar, olhar o que está jogado, aliviar seus sofrimentos mais imediatos, levá-lo para um abrigo onde será protegido das investidas dos salteadores.

Os que fazem serviços de evangelização e de pastoral, não se recusando a esse labor que pode durar muito tempo, são pessoas que amam de todo o coração seus semelhantes. Há os que têm um coração que não cabe no peito.

Frei Almir Ribeiro Guimarães



 

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