9 de julho de 2011

* São Mateus 10, 24-33.


O discípulo não é mais que o mestre, o servidor não é mais que o patrão.  Basta ao discípulo ser tratado como seu mestre, e ao servidor como seu patrão. Se chamaram de Beelzebul ao pai de família, quanto mais o farão às pessoas de sua casa! 

Não os temais, pois; porque nada há de escondido que não venha à luz, nada de secreto que não se venha a saber. O que vos digo na escuridão, dizei-o às claras. O que vos é dito ao ouvido, publicai-o de cima dos telhados.  Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei antes aquele que pode precipitar a alma e o corpo no inferno.  

Não se vendem dois passarinhos por um asse? No entanto, nenhum cai por terra sem a vontade de vosso Pai.  Até os cabelos de vossa cabeça estão todos contados.  

Não temais, pois! Bem mais que os pássaros valeis vós. 

Portanto, quem der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está nos céus.  Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus.

Palavra da Salvação.

Glória a Vós, Senhor!

“O Discípulo não está acima do Mestre”
  
Hoje, o Evangelho nos convida a refletir sobre a relação mestre-discípulo: «O discípulo não está acima do mestre, nem o servo acima do seu senhor» (Mt 10,24). No campo humano não é impossível que o aluno chegue a ultrapassar a quem lhe ensinou o abc de uma matéria. Há na história exemplos como Giotto, que supera seu mestre Cimabue, ou como Manzoni ao abade Pieri. Mas a chave da suma sabedoria está somente nas mãos do Homem-Deus e todos os demais podem participar dela, chegando a compreendê-la segundo diversos níveis: desde o grande teólogo Santo Tomás de Aquino até a criança que se prepara para a Primeira Comunhão. Podemos acrescentar adornos de vários estilos, mas nunca tão essenciais para enriquecer o valor intrínseco da doutrina. Ao contrário, é possível que nos aproximemos da heresia.

Devemos tomar cuidado quando fizermos associações que possam distorcer ao invés de enriquecer a essência da Boa Nova. «Devemos nos abster dos manjares, mas, devemos muito mais jejuar dos erros», dizia Santo Agostinho. Em certa ocasião me passaram um livro sobre os Anjos de Guarda em que apareciam elementos de doutrina esotérica, como a metempsicoses, e uma incompreensível necessidade de redenção que abalaria a esses espíritos bons e já conformados no Bem.

O Evangelho de hoje nos abre os olhos a respeito do fato inquestionável de que o discípulo possa, às vezes, ser incompreendido, encontre obstáculos ou até seja perseguido por ter-se declarado seguidor de Cristo. A vida de Jesus foi um serviço ininterrupto em defesa da verdade. Se Ele foi tachado de Belzebu, não é estranho que em disputas, querelas culturais ou nos confrontos que vemos na televisão, nos tachem de retrógrados. A fidelidade a Cristo, Mestre, é o melhor de que podemos nos gloriar: «Todo aquele, pois, que se declarar por mim diante dos homens, também eu me declararei por ele diante do meu Pai que está nos céus» (Mt 10,32).

(Pe. Raimondo M. Sorgia)



Pai,
 que a perseguição malvada dos que pretendem levar-nos a ser infiéis
à missão recebida de Jesus jamais nos impeça de seguirmos adiante,
com coragem.






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