30 de junho de 2012

* Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 16, 13-19.


Naquele tempo, Jesus foi para a região que fica perto da cidade de Cesaréia de Filipe.

Ali perguntou aos discípulos:
- Quem o povo diz que o Filho do Homem é?
 
Eles responderam:
- Alguns dizem que o Senhor é João Batista; outros, que é Elias; e outros, que é Jeremias ou algum outro profeta.
 
- E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? - perguntou Jesus.

Simão Pedro respondeu:
- O Senhor é o Messias, o Filho do Deus vivo.


Jesus afirmou:
- Simão, filho de João, você é feliz porque esta verdade não foi revelada a você por nenhum ser humano, mas veio diretamente do meu Pai, que está no céu. Portanto, eu lhe digo: você é Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e nem a morte poderá vencê-la. Eu lhe darei as chaves do Reino do Céu; o que você proibir na terra será proibido no céu, e o que permitir na terra será permitido no céu.


Irmãos e irmãs, vivemos esperando por alguém que nos salve e liberte, tanto pessoal como coletivamente, encaminhando-nos para mais vida. Pode ser um político, um chefe religioso ou um reformador social. Mas parece que até hoje Ele ainda não chegou. Quando chegará, e como vamos reconhecê-lo?

O povo judeu também o esperava nervosamente, inclusive imaginando que ele seria um grande chefe que, através da força e violência, libertaria o povo dominado e governaria com cetro de ferro, tornando Israel a maior das nações.

Chegou Jesus, e sua palavra e ação têm muitas conseqüências econômicas, políticas e sociais, mas nada da aparência de um grande chefe. Seria ele o esperado? Seria ele o Messias prometido? Afinal, quem é Jesus?

Na liturgia de hoje observem que, de acordo com o evangelista Mateus, Jesus vai com os discípulos para Cesaréia de Filipe, uma região pagã, longe da espera nacionalista e triunfalista do seu povo. E aí pergunta livremente aos que o seguem: “Quem o povo diz que o Filho do Homem é?”.

Com o intuito de nos ensinar a responder à pergunta que Jesus nos faz hoje, os três evangelista sinóticos, Marcos, Mateus e Lucas, narram esta controvertida passagem da "confissão de Pedro", cada um deles imprimindo suas interpretações teológicas pessoais a suas narrativas.

Porém, nos evangelhos de Marcos e Lucas, a resposta de Pedro à pergunta de Jesus sobre sua identidade é breve: "Tu és o Cristo (messias)", e merece a repreensão de Jesus. Pedro e os demais discípulos acreditavam que Jesus seria o messias político esperado, que daria ao povo judeu a glória e o poder sobre as demais nações, como um novo Davi, conforme a imagem elaborada pela tradição do Primeiro Testamento. Jesus censura Pedro por esta compreensão e procura removê-la da mente dos discípulos.

No entanto, é importante ressaltar que Mateus modifica a narrativa original de Marcos e também adotada por Lucas. O evangelista Mateus dá um novo sentido à resposta de Pedro, à qual acrescenta a proclamação "Filho de Deus vivo". Segue-se a fala de Jesus confirmando a profissão de seu messianismo celeste, ao elogiar a fala de Pedro, declarando-a como revelação divina.

Com o acento sobre o caráter messiânico cristológico de Jesus, Mateus dá uma resposta às suas comunidades, oriundas do judaísmo. Ele escreve na década de 80, depois da destruição do Templo de Jerusalém, quando os cristãos inseridos na comunidade judaica estavam sendo expulsos das sinagogas, que até então freqüentavam. Ele pretende convencê-los de que em Jesus se realizavam suas esperanças messiânicas moldadas sob a antiga tradição de Israel, de modo a não se intimidarem sob as ameaças e repressão da sinagoga e permanecerem na comunidade cristã.

Com a visão teológica de Mateus ficam estabelecidas duas identidades para Jesus: uma, é "o filho do homem", o simples Jesus de Nazaré, inserido na humanidade, na sua humildade, e presente entre ela até o fim dos tempos, porém, dignificando-o e divinizando-o; a outra é o "cristo" ou "messias" (cristo do grego, messias do hebraico, significando "ungido"), que é o Jesus ressuscitado, manifestado em glória nos céus, acima dos poderes celestiais, de onde virá para o julgamento final.

Embora no Segundo Testamento se perceba conflitos entre Pedro e Paulo (Gl 2,11-14), a liturgia os reúne em uma só festa. Conforme se observa na primeira leitura, Pedro é lembrado pelo seu testemunho corajoso diante da perseguição; e, de acordo com a segunda leitura, Paulo, é lembrado por seu empenho missionário em territórios da diáspora judaica.

Oração

Pai, ajuda-me a abrir o coração e inspira-me na missão em vos servir. Pai, consolida minha fé, a exemplo do apóstolo Pedro que, em meio às provações, soube dar, com o seu martírio, testemunho consumado de adesão a Jesus.
Bom Domingo a todos...

http://www.tfv.teologiafeevida.com.br

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