20º Domingo do Tempo Comum - 18/08/2013 ...
COMO POSSO MERECER QUE A MÃE DO MEU SENHOR VENHA VISITAR-ME?
Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente a uma cidade da Judeia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.
Então Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão Bem-Aventurada, porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O Seu nome é Santo, e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o respeitam. Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”.
Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa.
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!
A MÃE GLORIOSA E A GRANDEZA DOS POBRES ...
O Magnificat de Maria é o resumo da obra de Deus com ela e em torno dela. Humilde serva – faltava-lhe o status de mulher casada –, foi “exaltada” por Deus para ser mãe do Salvador e participar de sua glória, pois o amor verdadeiro une para sempre.
Sua grandeza não vem do valor que a sociedade lhe confere, mas da maravilha que Deus nela opera. Aconteceu um diálogo de amor entre Deus e a moça de Nazaré: ao convite de Deus responde o “sim” de Maria, e à doação dela na maternidade e no seguimento de Jesus responde o grande “sim” de Deus, com a glorificação de sua serva.
Em Maria, Deus tem espaço para operar maravilhas. Em compensação, os que estão cheios de si mesmos não o deixam agir e, por isso, são despedidos de mãos vazias, pelo menos no que diz respeito às coisas de Deus. O filho de Maria coloca na sombra os poderosos deste mundo, pois, enquanto estes oprimem, ele salva de verdade.
Essa maravilha só é possível porque Maria não está cheia de si mesma, como os que confiam no seu dinheiro e status, mas “cheia de graça”. Ela é serva, está a serviço – também de sua prima, grávida como ela – e, por isso, sabe colaborar com as maravilhas de Deus. Sabe doar-se, entregar-se àquilo que é maior que sua própria pessoa. A grandeza do pobre é que ele se dispõe para ser servo de Deus, superando todas as servidões humanas. Ora, para que seu serviço seja grandeza, o fiel tem de saber decidir a quem serve: a Deus ou aos que se arrogam injustamente o poder sobre seus semelhantes. Consciente de sua opção, quem é pobre segundo o espírito de Deus realizará coisas que os ricos e os poderosos, presos na sua auto-suficiência, não realizam: a radical doação aos outros, a simplicidade, a generosidade sem cálculo, a solidariedade, a criação de um homem novo para um mundo novo, um mundo de Deus.
A vida de Maria, a “serva”, assemelha-se à do “servo”, Jesus, “exaltado” por Deus por causa de sua fidelidade até a morte (cf. Fl. 2,6-11). De fato, o amor torna as pessoas semelhantes entre si. Também na glória. Em Maria realiza-se, desde o fim de sua vida na terra, o que Paulo descreve na segunda leitura: a entrada dos que pertencem a Cristo na vida gloriosa concedida pelo Pai, uma vez que o Filho venceu a morte.
Congratulando Maria, congratulamo-nos a nós mesmos, a Igreja. Pois, mãe de Cristo e mãe da fé, Maria é também mãe da Igreja. Na “mulher vestida de sol” (primeira leitura) confundem-se os traços de Maria e os da Igreja. Sua glorificação são as primícias da glória de seus filhos na fé.
No momento histórico em que vivemos, a contemplação da “serva gloriosa” pode trazer uma luz preciosa. Quem seria a “humilde serva” no século XXI, século da publicidade e do sensacionalismo? Sua história é: serviço humilde e glória escondida em Deus. Não se assemelha a isso a Igreja dos pobres? A exaltação de Maria é sinal de esperança para os pobres. Sua história também joga luz sobre o papel da mulher, especialmente da mulher pobre, “duplamente oprimida”. Maria é “a mãe da libertação”.
* Padre Johan Konings, sj. - Homilia Dominical ...
COMO POSSO MERECER QUE A MÃE DO MEU SENHOR VENHA VISITAR-ME?
Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente a uma cidade da Judeia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.
Então Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão Bem-Aventurada, porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O Seu nome é Santo, e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o respeitam. Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”.
Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa.
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!
A MÃE GLORIOSA E A GRANDEZA DOS POBRES ...
O Magnificat de Maria é o resumo da obra de Deus com ela e em torno dela. Humilde serva – faltava-lhe o status de mulher casada –, foi “exaltada” por Deus para ser mãe do Salvador e participar de sua glória, pois o amor verdadeiro une para sempre.
Sua grandeza não vem do valor que a sociedade lhe confere, mas da maravilha que Deus nela opera. Aconteceu um diálogo de amor entre Deus e a moça de Nazaré: ao convite de Deus responde o “sim” de Maria, e à doação dela na maternidade e no seguimento de Jesus responde o grande “sim” de Deus, com a glorificação de sua serva.
Em Maria, Deus tem espaço para operar maravilhas. Em compensação, os que estão cheios de si mesmos não o deixam agir e, por isso, são despedidos de mãos vazias, pelo menos no que diz respeito às coisas de Deus. O filho de Maria coloca na sombra os poderosos deste mundo, pois, enquanto estes oprimem, ele salva de verdade.
Essa maravilha só é possível porque Maria não está cheia de si mesma, como os que confiam no seu dinheiro e status, mas “cheia de graça”. Ela é serva, está a serviço – também de sua prima, grávida como ela – e, por isso, sabe colaborar com as maravilhas de Deus. Sabe doar-se, entregar-se àquilo que é maior que sua própria pessoa. A grandeza do pobre é que ele se dispõe para ser servo de Deus, superando todas as servidões humanas. Ora, para que seu serviço seja grandeza, o fiel tem de saber decidir a quem serve: a Deus ou aos que se arrogam injustamente o poder sobre seus semelhantes. Consciente de sua opção, quem é pobre segundo o espírito de Deus realizará coisas que os ricos e os poderosos, presos na sua auto-suficiência, não realizam: a radical doação aos outros, a simplicidade, a generosidade sem cálculo, a solidariedade, a criação de um homem novo para um mundo novo, um mundo de Deus.
A vida de Maria, a “serva”, assemelha-se à do “servo”, Jesus, “exaltado” por Deus por causa de sua fidelidade até a morte (cf. Fl. 2,6-11). De fato, o amor torna as pessoas semelhantes entre si. Também na glória. Em Maria realiza-se, desde o fim de sua vida na terra, o que Paulo descreve na segunda leitura: a entrada dos que pertencem a Cristo na vida gloriosa concedida pelo Pai, uma vez que o Filho venceu a morte.
Congratulando Maria, congratulamo-nos a nós mesmos, a Igreja. Pois, mãe de Cristo e mãe da fé, Maria é também mãe da Igreja. Na “mulher vestida de sol” (primeira leitura) confundem-se os traços de Maria e os da Igreja. Sua glorificação são as primícias da glória de seus filhos na fé.
No momento histórico em que vivemos, a contemplação da “serva gloriosa” pode trazer uma luz preciosa. Quem seria a “humilde serva” no século XXI, século da publicidade e do sensacionalismo? Sua história é: serviço humilde e glória escondida em Deus. Não se assemelha a isso a Igreja dos pobres? A exaltação de Maria é sinal de esperança para os pobres. Sua história também joga luz sobre o papel da mulher, especialmente da mulher pobre, “duplamente oprimida”. Maria é “a mãe da libertação”.
* Padre Johan Konings, sj. - Homilia Dominical ...
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