18º Domingo do Tempo Comum - 3 de agosto de 2014 ...
Naquele tempo, quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu dali numa barca para se retirar a um lugar deserto, mas o povo soube e a multidão das cidades o seguiu a pé.
Quando desembarcou, vendo Jesus essa numerosa multidão, moveu-se de compaixão para ela e curou seus doentes.
Caía a tarde. Agrupados em volta dele, os discípulos disseram-lhe: "Este lugar é deserto e a hora é avançada. Despede esta gente para que vá comprar víveres na aldeia".
Jesus, porém, respondeu: "Não é necessário: dai-lhe vós mesmos de comer".
Mas, disseram eles, "nós não temos aqui mais que cinco pães e dois peixes".
"Trazei-mos", disse-lhes ele.
Mandou, então, a multidão assentar-se na relva, tomou os cinco pães e os dois peixes e, elevando os olhos ao céu, abençoou-os. Partindo em seguida os pães, deu-os aos seus discípulos, que os distribuíram ao povo.
Todos comeram e ficaram fartos, e, dos pedaços que sobraram, recolheram doze cestos cheios.
Ora, os convivas foram aproximadamente cinco mil homens, sem contar as mulheres e crianças.
_ Palavra da Salvação.
_ Glória a Vós, Senhor!
“DAI-LHES VÓS MESMOS DE COMER!"
Gente pobre, doente e com fome... Conhecemos pessoas assim? O que sabemos do mundo delas?
No Evangelho, o povo empobrecido, doente e faminto percebe que Jesus é diferente da maioria dos líderes políticos e religiosos da época. Por isso, corre atrás dele e nem lhe deixa sossego, mesmo quando ele quer ir a um lugar retirado, após saber da morte do profeta que estimava muito, João Batista. E Jesus acolhe a multidão.
Como resolver tantos problemas? Os discípulos querem que Jesus mande o povo embora. Na opinião deles, cada um teria de achar um jeito de resolver seus próprios problemas. Mas Jesus lhes ordena: "Dai-lhes vós mesmos de comer!" E aqueles poucos pães e minguados peixes acabam partilhados entre todos. Todos comem e ficam satisfeitos - e ainda sobra! Milagre de Jesus? Sim. Mas, também, o milagre da partilha organizada!
Diz um ditado que "o pouco, com Deus, é muito; e o muito, sem Deus, é nada". É o que vemos no Evangelho: com espírito de justiça e de partilha, o que parecia ser pouco acabou sendo mais que suficiente.
A falta de alimentos não é culpa de Deus. No que depender Dele, não faltará pão. Nós seres humanos é que somos responsáveis para que haja pão na mesa de todos. Temos de produzir os alimentos e distribuí-los com justiça e solidariedade entre todos. É verdade que cada um é responsável por seu próprio sustento, mas a justa distribuição das oportunidades e dos bens produzidos pela humanidade é um dever da sociedade organizada. E a Igreja precisa e quer contribuir para que isso aconteça
.
Deus também não deixa faltar o "pão espiritual", aquele que sustenta nossa fé e nosso espírito de justiça e solidariedade. Certamente será necessário comer muito desse "pão espiritual" para que sejamos capazes de partilhar o pão material. Jesus é, para nós, esse pão de Deus que nos sustenta e fortalece. É preciso que muitas vezes comamos do pão de sua palavra e de seu exemplo de vida.
Hoje é o domingo da vocação dos ministros ordenados - padres, bispos e diáconos. Eles estão muito associados ao desafio lançado por Jesus: Dai-lhes vós mesmos de comer. Tarefa difícil, mas muito bonita. Rezemos para que esses servidores do Evangelho sempre trabalhem com alegria e amor entre nós e que mais pessoas se animem a fazer parte desse "time" do Evangelho de Jesus.
* Pe. Léo Zeno Konzen
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