26º Domingo do Tempo Comum - 29 de setembro de 2019 ...
Naquele tempo, Jesus disse aos fariseus: 19. “Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias.
20. Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. 21. Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas. 22. Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado.
23. Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado.
24. Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’.
25. Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te que tu recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. 26. E, além disso, há um grande abismo entre nós; por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’.
27. O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, 28. porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento’.
29. Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas, que os escutem!’
30. O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se converter’.
31. Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos’”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a Vós, Senhor!
🌷 CUIDEMOS DOS POBRES DE NOSSA SOCIEDADE ...
“E, além disso, há um grande abismo entre nós; por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós” (Lucas 16,26).
O Evangelho deste domingo, mostra-nos o grande abismo da humanidade. É um abismo terrível, não é só um abismo social. É o abismo da exclusão dos homens entre si. Há uma casta minoritária de homens ricos, poderosos, que tudo podem, que estão esbanjando dinheiro, estão esbanjando prazeres e tudo mais às custas de milhões de seres humanos que sofrem a fome, a miséria e a indignidade humana.
Os Lázaros dos nossos tempos estão nas favelas, estão nas ruas, cidades e jogados por aí. Os Lázaros dos nossos tempos estão aos nossos olhos para que não nos esqueçamos dos profundos abismos que enfrentamos nos tempos em que estamos.
É notório perceber que, evangelicamente, esses abismos só crescem, porque os ricos querem ser mais ricos deixando os pobres cada vez mais pobres. Talvez alguém queira dizer que isso não é problema do Evangelho, mas se isso não for problema do Evangelho, será problema de quem?
É falta de Deus, falta de humanidade, é falta de conversão verdadeira alguém até dizer que é de Deus, mas não se importar com a pobreza, com o sofrimento, com a indignidade dos Lázaros dos nossos tempos, dos Lázaros que sofrem.
Precisamos ser anjos para socorrer os Lázaros que estão nas portas das nossas cidades e nas ruas, sendo cuidados pelos cachorros e lambidos pelas indignidades desta vida, pouco se importando para alguns que passam uma noitada gastando o que um filho de Deus não ganha durante toda a sua vida.
O problema do rico avarento do Evangelho de hoje é não se importar com a indignidade de Lázaro. O problema do rico e de nós que norteamos a riqueza deste mundo é não ligarmos para os nossos pobres.
O Evangelho está dizendo que o Reino dos Céus, o Reino definitivo é um profundo abismo, o rico tenta receber um consolo, nem que seja uma gota d’água que venha de onde estava o pobre Lázaro.
A Palavra está dizendo que há um grande abismo entre nós, e a única coisa que dá para fazer é, enquanto estivermos vivos, separarmos, destruirmos, acabarmos, não compactuarmos com os profundos abismos entre pobres e ricos.
Não permitamos que os pobres da nossa porta morram de fome, morram soterrados nem desprezados, mas que tenhamos o senso evangélico de cuidar dos Lázaros dos nossos tempos.
Deus abençoe você!
* Padre Roger Araújo
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