23º Domingo do Tempo Comum - 5 de setembro de 2021 ...
Naquele tempo, 31. Jesus saiu de novo da região de Tiro, passou por Sidônia e continuou até o mar da Galileia, atravessando a região da Decápole.
32. Trouxeram então um homem surdo, que falava com dificuldade, e pediram que Jesus lhe impusesse a mão. 33. Jesus afastou-se com o homem, para fora da multidão; em seguida, colocou os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e com a saliva tocou a língua dele. 34. Olhando para o céu, suspirou e disse: “Efatá!”, que quer dizer: “Abre-te!”
35. Imediatamente seus ouvidos se abriram, sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade.
36. Jesus recomendou com insistência que não contassem a ninguém. Mas, quanto mais ele recomendava, mais eles divulgavam.
37. Muito impressionados, diziam: “Ele tem feito bem todas as coisas: Aos surdos faz ouvir e aos mudos falar”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a Vós, Senhor!
🌿🌷 A graça de Deus quer nos tocar ...
“Trouxeram então um homem surdo, que falava com dificuldade, e pediram que Jesus lhe impusesse a mão” (Marcos 7, 32).
Estamos acompanhando a liturgia deste domingo, onde esse homem surdo e que falava com dificuldade é apresentado a Jesus; ele não era de nascença, tornou-se ao longo da vida por alguma dificuldade, por algum problema, porque ele falava, mas com dificuldade.
A verdade é que nós aprendemos a falar porque nós escutamos, e, quando vamos perdendo a capacidade de escutar, com certeza, vamos também tendo dificuldade para falar. Hora vamos falar embaraçados, hora vamos falar alto demais, porque não estamos escutando, não estamos tendo a medição; hora vamos nos comunicar de uma forma truncada, errada, porque quem não escuta não pode dialogar, não pode falar.
Com esse homem foi rompido o dom da comunicação, porque, uma vez surdo, ele vai se tornando cada vez mais mudo ou vai falando cada vez com mais ruídos e dificuldades. Vão suplicar para que Jesus toque nesse homem, para que Ele o restaure, para que a graça da comunicação divina esteja novamente agindo nele.
É isso que Jesus faz. Primeiro, Jesus o tira da multidão. Você sabe que, quando estamos em meio à multidão, estamos no meio da confusão e no meio da multidão, nós temos dificuldade para escutar, para falar, porque todo mundo fala de uma vez só, todo mundo fala muita coisa, e as coisas se tornam tumultuadas.
Às vezes, estamos perdidos dentro de um tumulto, dentro do nosso próprio coração, porque há multidão de pensamentos e sentimentos, as coisas se tornam confusas dentro de nós e não ouvimos a Deus, não ouvimos o outro falar, não escutamos o sofrimento de quem está ao nosso lado, porque está tudo muito confuso, estamos muito juntos da multidão. E, no meio da multidão, há sempre o tumulto das situações. Por isso, a graça de Deus tira esse homem do meio da multidão. E, quando ele é retirado do meio daquele tumulto, a graça de Deus toca nos seus ouvidos. A graça de Deus é Jesus tocando nos seus ouvidos para que eles possam se abrir.
Que beleza, Jesus cuspindo no chão com sua própria saliva, Ele tocou na sua língua e suplicou ao Pai: “Abra-te! Efatá!”, para que os ouvidos possam se abrir, para que a língua possa se soltar e esse homem ficar curado e, novamente, voltar a ouvir e a falar sem desembaraço.
A graça de Deus hoje quer nos tocar, a graça de Deus quer nos tirar de tudo aquilo que está tumultuando e bagunçando a nossa vida. O que nos tornam surdos, ao longo da vida, são os barulhos que vamos acumulando dentro do nosso interior, e não são poucos os barulhos, são muitos! Vivemos em meio a um tumulto de coisas que agitam o nosso interior. Vamos perdendo a sensibilidade da graça, a sensibilidade da escuta, vamos perdendo a capacidade de nos comunicar como deveríamos.
É por isso que queremos suplicar: “Jesus, abra os nossos ouvidos, silencie o nosso coração, para que possamos te escutar e, assim, comunicar a sua graça”.
Deus abençoe você!
* Padre Roger Araujo
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