Recentemente tivemos os Jogos Olímpicos em Londres. Choramos e nos alegramos com as derrotas e vitórias, mas todos nos divertimos com o espetáculo de superação, beleza e competitividade que os jogos nos proporcionaram. O esporte entusiasma tanto os que o praticam como os que o assistem, pois existe em sua prática um desejo de superação de si mesmo, ou de participar dessa superação. Ao torcer nos sentimos vitoriosos ou derrotados conforme o desempenho do atleta. No esporte temos o desejo de superar limites, de sairmos de nós mesmos e tentar algo próximo à perfeição na modalidade exercitada.
A dedicação que os atletas
demonstram para conseguir seus objetivos é impressionante. Ninguém chega a
praticar realmente bem um esporte se não tiver disciplina, dedicação, renúncias
e perseverança. Ao assistir as Olimpíadas temos certeza de que todos os atletas
presentes têm atrás de si um passado de muito esforço para chegar até ali. A
conquista da medalha de ouro é o objetivo, mas todos podem considerar-se
vitoriosos só com o fato de terem chegado a competir.
O esporte tem algo a nos ensinar
sobre a vida espiritual. São Paulo já nos falava que o esforço dos atletas para
conseguir seu objetivo, deveria ser imitado pelos cristãos na busca da
santidade: “Os atletas correm para ganhar uma coroa perecível; nós, para
ganharmos uma coroa imperecível” (1Co 9, 24-25). Na vida espiritual o desejo de
superação tem o nome de transcendência. Todos nós aspiramos a sermos mais do
que aparentamos ser. Queremos viver além da materialidade limitada da vida e
buscamos valores que dão sentido para a nossa vida. Devemos aprender do
esporte a determinação, o entusiasmo, a dedicação e todo o esforço para
levarmos uma vida mais santa e próxima de Deus. Todos buscamos a
transcendência, mas será que nos esforçamos para consegui-la?
Do esporte devemos aprender
também a darmos o máximo de nós mesmos naquilo que fazemos. Se o nosso objetivo
é seguir o Evangelho, então todas as nossas forças devem estar voltadas para
esse objetivo. Mas uma atitude devemos ter bem presente: todos devemos buscar
o melhor de nós mesmos, ou seja, buscar a “medalha de ouro”, mas esse ouro não
é a vitória sobre os outros, nem é a perfeição acima de todas as coisas. O ouro
buscado é o que podemos fazer de melhor. Não é no sentido da competição, mas no
sentido da auto-superação. Nosso ouro é o esforço que fazemos para nos
aproximar do Evangelho e a cada passo dado se conquista o seu ouro. Todos temos
um ouro evangélico que podemos conquistar e para fazê-lo é válido todo o
esforço.
Qual é o ouro que você pode conquistar
nesse momento de sua vida? Eis a questão que o esporte nos apresenta.
(Pe. Elcio José de Toledo, SJ - elciotoledo@hotmail.com)
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