10 de março de 2011

* Quaresma 2011.


Celebrar a Quaresma é reconhecer a presença de Deus na caminhada, no trabalho, na luta, no sofrimento e na dor da vida do povo! Como o povo de Israel que andou 40 anos no deserto antes de chegar à terra prometida, terra da promessa onde corre leite e mel. Como Jesus que passou 40 dias de retiro antes de anunciar
a vinda do Reino. Que subiu a Jerusalém para cumprir a missão que o Pai lhe confiou: dar a sua vida e ser glorificado.

A quaresma é um tempo forte de conversão, de mudança interior, tempo de deixar tudo o que é velho em nós, tempo de assumir tudo o que traz vida para as pessoas, para nossas comunidades e para a sociedade. Tempo de graça e salvação, onde nos preparamos para viver, de maneira intensa, livre e amorosa, o momento mais importante do ano litúrgico, da história da salvação, a Páscoa, Aliança definitiva, vitória sobre o pecado, a escravidão e a morte.

Para muitos, é apenas um tempo triste em que se canta e medita sobre os sofrimentos de Jesus que morreu pelos pecados da humanidade. Tempo de pedir perdão a Deus e fazer penitência. Todavia, a característica fundamental do tempo quaresmal não é o de ser somente um tempo de jejuns, mortificações
e sacrifícios para que os cristãos participem dos sofrimentos de Jesus na Cruz.
O que marca a Quaresma é, sobretudo, sua dimensão pascal: caminho para a Páscoa.
Comemorando o acontecimento salvador da morte e da ressurreição de Jesus Cristo, a Igreja celebra o novo nascimento dos que serão batizados, renova a vida dos que foram batizados e a reconciliação dos pecadores arrependidos. Assim, a caminhada quaresmal prepara e ensaia a grande festa da Páscoa. Sem esta ligação, a Quaresma perde sua força espiritual.

A espiritualidade quaresmal é caracterizada também por uma atenta, profunda e prolongada escuta da Palavra de Deus. É esta Palavra que ilumina a vida e chama à conversão, infundindo confiança na misericórdia de Deus. O confronto com o Evangelho ajuda a perceber o mal, o pecado, na perspectiva da Aliança, isto é, a misteriosa relação nupcial de amor entre Deus e
o seu povo. Motiva para atitudes de partilha do amor misericordioso e da alegria do Pai com os irmãos que voltam convertidos.

Fazer da Quaresma um tempo favorável de avaliação de nossas opções de vida e linhas de trabalho, para corrigir os erros e aprofundar a vivência da fé, abrindo-nos a Deus, aos outros e realizando ações concretas de fraternidade, de solidariedade.

(Texto Base CF-98)

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